segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Toda Mulher é meio Leila Diniz"

“O teatro é entrega, dedicação, humildade, amor, respeito, é magia, é energia, é a troca, é o jogo, é o outro, é o conjunto: é um todo.”


Faço um convite especial, pois acho que vale a pena, uma das atrizes é minha prima Sônia Tinoco.Em uma de nossas conversas ela contava com tanto entusiasmo e carinho sobre esta história que é descontraída e alegre e ao mesmo tempo repleta de vida e paixão. 


Joana, 48 anos, vive em Ipanema com as filhas, Flora, de 30, e Teresa, 28. Suas vidas estão organizadas sem a presença de qualquer homem em casa. Inspirada nas ideias da atriz Leila Diniz, a história dessa família é contada de forma divertida na peça A Arte de Lidar Segundo as Mulheres.
A personalidade distinta de quatro mulheres vai provocar um choque entre elas.
A peça gira em torno da história de quatro mulheres de uma família aprendendo a lidar com as diferenças ressaltadas pela convivência, ao passo que buscam afirmar sua própria verdade e liberdade em um sistema social conservador.


A peça é dedicada a Leila Diniz, modelo de liberdade e feminilidade.
Teatro Henriqueta Brieba.
Teatro do Tijuca Tênis Clube – RJ
Texto e Direção: Manoel Prazeres
 Sucesso de público e crítica, a peça apresenta experiências que discutem o significado da liberdade na vida das mulheres contemporâneas.


Leila Diniz


Leila Roque Diniz nasceu no dia 25 de março de 1945, em Niterói, Rio de Janeiro, onde passou a maior parte de sua vida. Faleceu em um desastre de avião, no dia 14 de julho de 1972, aos 27 anos, quando voltava de uma viagem a Austrália.


Formada professora, trabalhou em um jardim de infância e, aos 17 anos, conheceu o cineasta Domingos Oliveira, com quem se casou. Depois de terminar o relacionamento, que durou três anos, passou a trabalhar como atriz, primeiro no teatro e, a seguir, na televisão e no cinema. Casou-se também com o diretor de cinema Ruy Guerra, com quem teve uma filha.

Leila participou de 14 filmes, 12 telenovelas e várias peças teatrais. Na Austrália, ganhou o prêmio de melhor atriz com o filme Mãos vazias.


Alegria e irreverência
Contudo, se Leila tornou-se uma figura marcante, isso se deve, principalmente, à sua personalidade ousada, inimiga de todas as convenções. Em sua curta existência, ela conseguiu romper inúmeros tabus da sociedade brasileira, àquela época vivendo sob a ditadura militar.

Na histórica entrevista concedida ao semanário O Pasquim, em 1969, Leila Diniz, além de rechear suas falas com palavrões, afirmou: "Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo". Lida nos dias atuais, em pleno início do século 21, essa maneira de pensar talvez não escandalize a muitos, mas, naquela época, provocou reações extremadas. Ela também concedeu várias outras entrevistas, sempre corajosas - além do fato de ter escandalizado o Brasil ao exibir sua gravidez na praia, usando um biquíni.


Leila deu nova vida ao teatro de revista, atuando como corista no espetáculo Tem banana na banda, baseado em textos de Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Em 1964, contracenou com Cacilda Becker em O preço de um homem. Baseado no romance de Antônio Callado, o filme Madona de cedro foi um de seus melhores momentos, sob a direção de Carlos Coimbra. Em 1968, esteve na Alemanha, no Festival de Berlim, para representar Fome de amor, de Nelson Pereira dos Santos. E sem jamais abdicar da alegria e da irreverência, foi eleita a Grávida do Ano no programa do Chacrinha.

No que se refere ao seu trabalho na tevê, Leila desempenhou papéis nas novelas Eu compro essa mulher e O Sheik de Agadir, escritas por Glória Magadan. No total, fez 12 novelas, além de atuar no ramo da propaganda, fazendo publicidade de diversos produtos.

Semeando oposição entre os conservadores e as feministas, preocupada apenas em ser fiel ao seu próprio sistema de valores, criticada pela sociedade patriarcal e machista, perseguida pela direita, difamada pela esquerda conservadora e considerada vulgar pelas mulheres de seu tempo, Leila Diniz tornou-se um ícone da liberdade, do hedonismo e da indignação que não abdica de sonhar e alegrar-se.

"Não morreria por nada deste mundo,

Porque eu gosto realmente é de viver.

Nem de amores eu morreria,
Porque eu gosto mesmo é de viver de amores."

                                       Leila Diniz
Beijos,
carla

3 comentários:

  1. Carla que entrada tan bonita, me ha gustado mucho, las mujeres parece que siempre tenemos que ir por delante para demostrar que lo que valemos. Me gusta mucho la frase que dice de que no moriria por nada ni por nadie. Un beso. Ana.

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  2. Hola amiga!!!!
    Gracias por compartir tan linda historia!
    Suerte y éxito para tu prima en el teatro!
    Un fuerte abrazo desde Venezuela!

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  3. Gracia querida Carla!
    Muy interesante conocer la vida de personas que a su manera han dejado huella en la historia de la humanidad.
    Qué disfrutes mucho de la obra de teatro!!
    Abrazos!!!!

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